ENVELHECER...
O ser humano é o único na face da terra que tem a consciência de que é finito. Os demais seres que habitam o nosso planeta podem até saber que existe a morte, reagem puramente a instintos, não são capazes de compreender que, um dia, vão morrer.
Falar de finito é complicado para aqueles que, como eu, já passou dos 65 anos. Entender a finitude implica em procurar ser ótimo em cada dia vivido e vê-lo como um momento único e que não mais se repetirá. A consciência do saber que se é finito nos coloca no contraponto da junventude, onde se tem a fantasia da eternidade.
Ao atingirmos a maturidade chegamos à verdadeira noção do fim. Ao alcançarmos tal estágio é desejável que o ser humano se torne mais pródigo, se entregue mais às suas produções e eternize de alguma forma o seu legado.
Muito embora seja válido o ditado popular: "Ninguém morre na véspera". A vida não é uma fatalidade. Não há uma regra para que atinjamos uma velhice sábia.
A vida e os sonhos têm coisas em comum.
Consideremos a vida como uma grande viagem. Onde com a consciência compra-se as passagens. Com o inconsciente, como um trem silencioso, nos transporta até o destino final.
(Texto transcrito do livro REVIVENDO O PASSADO... de minha autoria lançado em 27/4/2002 - Reg FBN 277.471Livro 500 Fl 131)