CERTA VEZ, DISSE MÁRCIA DE WINDSOR, ANTIGA JURADA DE PROGRAMAS DE AUDITÓRIO DA TELEVISÃO: - NÃO HÁ NINGUÉM FEIO AOS DEZOITO, AOS VINTE ANOS.
Como ganhar leveza na juventude, quando praticamente tudo nos possibilita fruir a vida, mas nos restringimos por causa da insegurança, baixa autoestima, um olho enorme que só encerga o que não é perfeito em nosso corpo? Certa vez, ouvi Márcia de Windsor, uma antiga jurada de programas de ausitório da televisão, dizer que não há ninguém feio aos dezoito, aos vinte anos. A questão é que, nessa idade, só vemos nossos defeitos, e perdemos oportunidades valiosas, porque nos falta autoconfiança.
Como ganhar leveza, quando chegamos aos cinquenta, e já assimilamos regras, normas, saberes, afazeres e deixamos de ver que, em nossa maturidade, TUDO é possível, porque não temos mais a insegurança da juventude e podemos fruir da vida o melhor? Como quebrar, aos cinquenta (ou mais), os paradigmas que nós mesmos criamos para correspondermos a uma imagem que, supostamente, o meio em que vivemos faz e exige de nós?
Às vezes, fico pensando que, no momento da verdade (aquele que acontece para todos - o da partida deste mundo -), talvez descubramos que vivemos toda uma vida para dar satisfações aos outros, mantendo-nos fiéis a uma imagem que construímos e vendemos de nós mesmos. Lá, na hora H, talvez descubramos que esse foi o maior dos nossos equívocos, porque viver é uma oportunidade valiosa demais para ser gasta em nome das expectativas dos outros. Viver é um experiência pessoal, e experimentamos o nosso melhor quando usufruírmos de toda a beleza, de todos os sentimentos, de toda gratuidade. Talvez a maior das inovações seja viver em plenitude o que nos foi dado ser.
(Artigo publicado na Revista RioSport - pág. 96 - Ano.03#11.DEZ.09.MAR.10)