Por: ALESSANDRA LELES ROCHA
A questão do planejamento familiar no Brasil parece mesmo ser o grande “tendão de Aquiles” da sociedade, dada a sua imensa complexidade; afinal, é a vida que está no centro da discussão. Mas são tantos os pontos a promover o debate inflamado que é preciso, em respeito aos mais diversos pontos de vista, analisar objetiva e delicadamente a questão.
Por mais que o Brasil demonstre sua pujança progressista mundo afora, ainda é um país que não alcançou um denominador comum no que diz respeito ao seu Índice de Desenvolvimento Humano – IDH; portanto, temos refletido a existência de extremos em nossa população. Nesse contexto, pesa significativamente a carência, e porque não dizer, a fragilidade da educação para uma formação cidadã do individuo que o permita a consciência e o discernimento necessários no cumprimento de seus deveres e obrigações sociais; bem como, sobre seus direitos individuais e coletivos.
Quando falo em educação, não me restrinjo a referir apenas à educação escolar; mas, a junção efetiva entre a aquisição de conhecimentos (aprimoramento intelectual) e a base de formação ética e moral oferecida no seio familiar. Compartimentalizada como está a educação, a formação do individuo fica realmente comprometida e o reflexo pode ser percebido de várias formas, inclusive no modo como jovens e adultos têm conduzido a sua sexualidade. E sob esse aspecto não faltam exemplos diariamente na mídia, desde questões como a exploração sexual de crianças e adolescentes, a pedofilia, o aumento no número de pessoas contaminadas pelo vírus da AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis (Sífilis, Hepatite, por exemplo), o abuso de álcool e de drogas (que conduz inevitavelmente muitas crianças e jovens à prostituição para conseguirem recursos e adquirir esses produtos), o abandono e o assassinato de recém-nascidos e crianças, até o próprio aborto, o que demonstra claramente a profundidade dos abismos existentes.
Famílias desestruturadas geram em efeito cascata mais desestruturação, paralelamente a um sentimento sombrio de banalização de suas ações e comportamentos. Sem o devido envolvimento responsável no planejamento familiar, homens e mulheres (independente da faixa etária) prestam um grande desserviço à sociedade, sobremaneira no que tange aos impactos econômicos. Todos os exemplos apresentados acima implicam em ônus aos cofres públicos, atingindo diretamente os serviços básicos (especialmente saúde e segurança). Distorcendo ao objetivo primaz dos programas sociais do governo em resgatar o individuo e promovê-lo para a busca de constantes melhorias sociais, infelizmente, a ignorância de muitos persiste em usufruir das benesses e devolver ao Estado as consequencias do seu modo particular de lidar com os problemas. A certeza das mãos do Estado a amparar e proteger os necessitados tornou-se remédio e veneno na mesma dose. Por isso, se a população estivesse em um nível satisfatório de educação, o que implicaria já ter o domínio consciente sobre sua cidadania e seus valores, certamente os erros não continuariam a ser repetidos.
Então, se a própria Organização Mundial de Saúde – OMS aponta o Brasil como quarto país com maior número de casos de nascimentos de bebês anencéfalos no mundo - (bebês com ausência parcial ou total do cérebro), cuja incidência é de cerca de um caso para cada 700 nascimentos por ano, com uma média de 615 mortes em decorrência da doença -1, antes de qualquer pensamento ou doutrinamento jurídico para o assunto (que são também muito importantes para as nossas reflexões) 2há urgência em debater o planejamento familiar no país. A anencefalia é apenas uma de milhares de outras doenças a atingir cidadãos brasileiros antes mesmo de seu nascimento; por isso, as famílias precisam estar de fato preparadas (psicologicamente e emocionalmente) para todas as eventualidades que possam surgir, já que um ser humano em todas as suas fases de vida demanda cuidados e investimentos. Já passou da hora da sociedade buscar o cerne da questão, ou seja, aceitando que decisões, ou escolhas, para serem tomadas dependem de um grau de maturidade e avaliação particular bastante expressivo, de modo a se evitar arrependimentos e/ou situações as quais não possam ser reparadas, revertidas.
Então, se a própria Organização Mundial de Saúde – OMS aponta o Brasil como quarto país com maior número de casos de nascimentos de bebês anencéfalos no mundo - (bebês com ausência parcial ou total do cérebro), cuja incidência é de cerca de um caso para cada 700 nascimentos por ano, com uma média de 615 mortes em decorrência da doença -1, antes de qualquer pensamento ou doutrinamento jurídico para o assunto (que são também muito importantes para as nossas reflexões) 2há urgência em debater o planejamento familiar no país. A anencefalia é apenas uma de milhares de outras doenças a atingir cidadãos brasileiros antes mesmo de seu nascimento; por isso, as famílias precisam estar de fato preparadas (psicologicamente e emocionalmente) para todas as eventualidades que possam surgir, já que um ser humano em todas as suas fases de vida demanda cuidados e investimentos. Já passou da hora da sociedade buscar o cerne da questão, ou seja, aceitando que decisões, ou escolhas, para serem tomadas dependem de um grau de maturidade e avaliação particular bastante expressivo, de modo a se evitar arrependimentos e/ou situações as quais não possam ser reparadas, revertidas.
A maternidade e a paternidade precisam ser responsáveis; trata-se de um passo a ser dado com sabedoria, com disponibilidade, com estrutura, com educação e cidadania.
________________________________
1 http://msn.minhavida.com.br/saude/materias/15012-brasil-e-o-quarto-pais-com-maior-numero-de-casos-de-anencefalia
2 http://estadao.br.msn.com/ciencia/com-sess%c3%a3o-suspensa-decis%c3%a3o-sobre-aborto-de-anenc%c3%a9falos-fica-para-5%c2%aa
________________________________
1 http://msn.minhavida.com.br/saude/materias/15012-brasil-e-o-quarto-pais-com-maior-numero-de-casos-de-anencefalia
2 http://estadao.br.msn.com/ciencia/com-sess%c3%a3o-suspensa-decis%c3%a3o-sobre-aborto-de-anenc%c3%a9falos-fica-para-5%c2%aa