"... atualmente o emprego é na prática um empregador de si mesmo. Não há que se falar em luta de classes, na contradição entre salário e lucro, em mais-valia, ou nos interesses antagônicos dos patrões e empregados:
'A luta de classes se transfere para o interior do indivíduo, invade a individualidade do colaborador, absorve a sua psique. Dilacera o indivíduo como pessoa'.
Ele explica que antes o conflito era regulado pelas negociações e acordos coletivos produzidos entre as representações patronais e os sindicatos dos trabalhadores, enquanto agora ele se transfere articialmente para o interior do indivíduo, cada vez mais submetido às cobranças de desempenho e à execução de metas e de resultados. Para ele aos que fracassam por não suportarem as estratégias de exploração humana praticadas no mundo do trabalho, algumas vezes só resta o suicídio: "ato derradeiro de libertação."