Sou libriano e
natural do Rio de Janeiro. Alguns amigos, por benignidade, classificam-me como
uma pessoa de sorte eu digo que sou uma pessoa abençoada por Deus.
Na condição de aproximar-se dos 80 anos é chegada a hora de me superar e tentar envelhecer
com dignidade. Ser idoso não é mérito. Pintam-nos como caquéticos. Somos
desprezados e considerados ultrapassados.
É
injustiça ou discriminação o deixar de reconhecer os tesouros de sabedoria que
os idosos são detentores?
Desejo ser tão
somente "cabeça boa"...
Que eu possa ir além das aparências...
agradecendo a Deus, mais do que peço, por tudo o que a mim foi concedido...
Por estar vivo acordado e energizado, mesmo convicto de que a velhice já começou... Que eu possa manter a juventude
do meu espírito... Que eu, diante do moderno, sem corromper os meus princípios,
saiba aceitar o novo...
Velho é aquele
que perdeu o entusiasmo.
Tenho um eterno sentimento de gratidão por meus pais Zelia e Aldrovando (já falecidos) por terem permitido que eu viesse cumprir meu ciclo terrenal.
O mesmo sentimento formatei em mais de 54 anos de convivência com quem me estimula e apoia, enfrentando com elevado ânimo, carinho e
dedicação todos os momentos difíceis de nossas vidas, pelas alegrias, pelos
sonhos acalentados, pelos dias compartilhados, pelos risos e lágrimas, nossos
sucessos e até desapontamentos: refiro-me a Daise - minha mulher. Não posso deixar de
incluir neste gesto de gratidão, a outra importante parte de minha vida: a
minha filha - Elda.