Nascido em 1940, vejo a que a minha geração teve como foco de vida a lealdade, a valorização da estabilidade profissional e financeira. Período marcado por escassez econômica, motivo mais do que suficiente que justificava todo sacrifício, inclusive a vida pessoal.
Um emprego era para a vida toda; valorizava-se a ascensão profissional. O meu primeiro emprego foi aos 15 anos e como existia a possibilidade de aposentadoria com 30 anos de serviço - me aposentei com 45. O mundo mudou e com ele as normas, hábitos e costumes.
Com 23 anos casei e hoje com 60 anos de casado, vejo-me como "fora da curva". Sem fazer nenhum juízo de valor, no meu tempo pai e mãe eram presentes. Hoje, prioriza-se a luta pela sobrevivência e nem todos conseguem manter o equilíbrio entre a vida profissional e familiar. Aceito e convivo, normalmente, com os códigos de barra que ponteiam a minha aparência.