NÃO CONFUNDA SUCESSO COM RIQUEZA é o título da matéria publicada na Revista VOCÊ S.A que faz uma abordagem sobre o que vale e o que não vale a pena fazer ou sacrificar "para chegar lá". Baseado no pensamento de Tom Morris, filósofo e fundador do Instituto Morris de Valores Humanos, o artigo mostra uma pesquisa feita com mais de 1.000 pessoas. Perguntando entre outras coisas:
- O que funcionários de todos os escalões gostariam:
Ganhar mais de 10.000 reais por ano ou 1 hora livre todo dia?
As respostas são significativas. Muitos abriram mão do dinheiro. Na mesma direção, perguntava-se a alguns milionários se estão satisfeitos com a vida plena de dinheiro, poder, fama e status. NÃO foi a resposta da maioria. Não estão e são sinceros ao justificar: - sentem-se vazios e carentes de novas oportunidades que os desafiem a realizar algo diferente que mexa com suas potencialidades. Tudo tendo, nada mais há para descobrirem. Pequenos prazeres são descartados na busca da meta tão sonhada e, quando a alcançam, as coisas simples que mais gostavam de fazer, simplesmente, foram desprezadas: churrasco com os amigos, nadar e andar de bicicleta, etc etc Por favor, não diga que são coisas de pobre. Em verdade as emoções perderam-se em meio a celulares, notebooks, ações, aplicações financeiras, entrevistas, viagens, etc etc
Segundo a referida matéria, há na vida dois tipos de insatisfação: "a insatisfação do possuir" e a "insatisfação da aspiração". A insatisfação do possuir gira em torno do desejo de possuir mais. Como vivemos numa cultura competitiva, fica difícil estabelecer limites. E aí quase nos matamos para conseguir alcançar o sucesso. Às vezes, quase nem notamos que já o ultrapassamos. Quanto à satisfação da aspiração, essa é benéfica e não tem contra-indicação: - Quem já esta satisfeito com a inteligência que alcançou? Com a cultura ou com a ascese espitirual? Ninguém. Buscar essas coisas só nos faz bem.
Diógenes, assim como Cícero, foram verdadeiros monumentos na arte de filosofar. O primeiro, mais ácido em suas observações, também, era conhecido como: "O Cínico". Um dia recebeu a visitar de Alexandre - "O Grande". Diógenes perguntou-lhe quais eram seus planos para o futuro. Alexandre respondeu: "Conquistar a Grécia". E depois? indagou Diógenes. "Respondeu Alexandre - conquistar a Àsia Menor e depois o mundo". E "O Cínico" continuou: "E depois?". Alexandre disse que então iria descançar e se divertir. Diógenes então fulmina: "Por que você não se poupa a esse trabalho todo e começa a descançar e curtir a vida agora mesmo?".
Vivemos para alcançar o sucesso. Não apenas para desfrutá-lo, mas também para buscá-lo. Na verdade, as pessoas que tiram mais prazer do sucesso são aquelas que o fazem enquanto o buscam. Não é o destino, a chegada, mas a viagem que lhes dá prazer. Esse é o segredo. Até as religiões ensinam assim... Por exemplo, no Salmo 127:2, encontramos: "Dou aos meus filhos enquanto dormem"..., pois de que adianta se preocupar com o dia de hoje ou de amanhã, se você não pode acrescentar um só fio de cabelo à sua cabeça. Ou, de que adianta conquistar o mundo inteiro se vieres a te perder de ti mesmo.
Salomão, o riquíssimo e sábio rei de Israel, ao comparar a vida com coisas bem menos buscadas pelos mortais, jogava lixo nas minas de ouro e prata e as comparava com a sabedoria e a humildade. Que são duas irmãs que valem mais do que o ouro e a prata.
A prática tem demonstrado que a vida é bastante simples (os humanos é que primam por criar dificuldades) e o gostoso de viver não está, simplesmente, no que se alcança, mas no curtir enquanto se alcança. Isso é viver.
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"A verdade é dura como o diamante e frágil como a flor de pêssego".
(The Story of my Experiments with Truth, I, 346, po. cit)