Acostuma-te com a verdade.
O hábito da mentira branca, também chamada inocente ou social, levar-te-á às graves, empurrando-te para o lodaçal da calúnia e da maledicência frequente.
A fagulha produz incêndios semelhantes aos gerados pela labareda crepitante...
Os grandes crimes se originam em pequenos delitos, não alcançados pela justiça, que ensejam o agravamento do mal.
Usa de severidade moral para contigo, não embarcando nas canoas furadas das conveniências gerais.
Cada pessoa responde por si mesma, e os seus atos ficam gravados na consciência individual.
Sê tu mesmo, em constante progresso moral.
Joanna de Ângelis - Retirado do livro “Vida Feliz”
O esforço de opor à verdade é como por a fruta contra a raíz ou o acendedor contra o fogo ou como construir sem um alicerce firme. A verdade subsiste por ser verdade.
A teoria mais aceita quanto à origem do dia da mentira remonta ao século XVI, na França. O primeiro de abril é reservado para o DIA DA MENTIRA é a ocasião que algumas pessoas apreciam comemorar falando "mentiras brancas" e jocosas.
O termo mentira branca faz referência às mentiras que a maioria das pessoas conta para melhorar o relacionamento social, para evitar conflitos e ofensas. Trata-se da mentira socialmente aceita, inocente e destinada a manter a harmonia dos relacionamentos. Seria aquela mentira boa e socialmente aceita.
A mentira branca é fisiológica, demagógica e universal. É o elogio generoso do tipo – “ora, você está sempre igual, parece não envelhecer...”. Até certo ponto a mentira fisiológica serve também para a elaboração das mais esfarrapadas desculpas “– não pude comparecer ao enterro porque uma tia minha teve que ser internada...” E o interessante é que o outro, igualmente mentiroso fisiológico, também mente, fingindo acreditar.
Consultando a wikipédia encontrei o dia 3 de abril como sendo O DIA DA VERDADE. O interessante é que este passa desapercebido. Nunca em minha vida ouvi qualquer referência ao 3 de abril como sendo o DIA DA VERDADE. Qual será o motivo?
Será pelo fato de quando escutamos uma verdade nua a crua é desconfortável. A verdade dói feito uma porrteada na ponta do dedo mindinho.
Ave!!! Que assunto controvertido. Preferimos um falso elogio a uma crítica, mesmo que construtiva. Então, chegamos à conclusão que muitas verdades "pensadas" diariamente não devem sequer ser pronunciadas. Conseguimos esconder opiniões, predileções e pensamentos, desdo os mais inocentes até aqueles considerados socialmente incorretos ou até pecaminosos por fazerem parte de nossas idiossincrasias.
Finalizando, no meu caminhar de escritor e poeta o escrever é um eterno embate entre a verdade e a mentira. Enquanto a verdade e a realidade me atrai, a mentira soa como impossível. Em tal corda bamba acredito que todo o escritor e poeta tem que se equilibrar: tornar a verdade intelegível e a mentira verossímil.
Nas palavras de Florbela Espanca:
Ser poeta
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!